domingo, 13 de dezembro de 2009

APANHADOS DO CLIMA


Todas as semanas nos informam que o aquecimento global vai fazer derreter as calotes polares. No ano 2100 a Baixa de Lisboa estará mesmo debaixo de água e o cacilheiro sairá do Castelo de São Jorge rumo a Palmela.

A seca transformará em deserto todo o Sul da Europa e Portugal será a Tunísia da Europa. Bom, se virmos bem, pelo menos em termos económicos já não anda assim tão longe.

A corrente do golfo deixará de vir até à Europa e vai haver gelo em Inglaterra o ano todo em 2075, o que obrigará os ingleses a passarem mais tempo nas suas colónias a sul, como Gibraltar, ou o Allgarve.

O efeito estufa continuará a dar cabo do clima mesmo que parássemos a poluição hoje mesmo - o que não acontecerá sequer em 2048, ou em 2248, se a América continuar a ter alguns dos governos republicanos...

Como pessoas informadas estamos a ser informados do que vai acontecer daqui a uns anos, para estarmos de sobreaviso e, como pessoas malucas ou inconscientes, estamos a borrifar-nos positivamente para isso.

O problema é que assim entretidos a pensar no que vai acontecer aos nossos netos e bisnetos, continuamos a achar que as catástrofes que acontecem hoje de quarto em quarto de hora sempre aconteceram e são acidentes sem explicação.

As grandes secas que já temos em Portugal, misturadas com grandes chuvadas, ao mesmo tempo que há cheias no Norte da Europa como nunca houve, furacões e tufões que fazem desaparecer localidades da costa, etc., etc., não serão já hoje aquilo que andamos a pensar que será o futuro?

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

OPERAÇÃO PANDEMIA


A imagem de cima é uma micrografia em negativo do vírus H1N1, mais conhecido como GRIPE A ou GRIPE SUÍNA, o vírus da moda e a matéria principal dos jornais de todo o mundo. A manchete dos principais telejornais.

E Porquê???

O que se esconde por trás da pandemia da GRIPE A?

Que informação não nos mostram os meios de comunicação social?

Por quê tanta notícia?

Após uma investigação cronológica séria e responsável, foi possível apurar que:

- MAIO DE 1997 – Em Hong Kong, descobre-se o 1º caso de humano infectado por um subtipo de GRIPE A, o vírus H5N1, mais conhecido como GRIPE AVIÁRIA.

- Dezembro de 1997 – A GRIPE AVIÁRIA já havia infectado 18 pessoas e causado a morte de outras 6.

- FEVEREIRO DE 2003 – A GRIPE AVIÁRIA em Hong Kong acabou com 2 casos positivos e 1 morte por contacto directo com aves.

- Meados de 2005 – Noticia-se a aparição do H5N1 em humanos ao noroeste da China e ao leste da Rússia.

- SETEMBRO de 2005 – Em Genebra, na Suiça, a Organização Mundial de Saúde (OMS), alerta que o número de pessoas que poderiam morrer com uma eventual epidemia de GRIPE AVIÁRIA e humana poderia chegar aos 7.4 milhões.

- OUTUBRO de 2005 – Confirma-se o 1º caso de H5N1 num papagaio na Inglaterra.

- NOVEMBRO de 2005 – O Presidente dos Estados Unidos da América, George W. Bush, visita a sede do Instituto Nacional de Saúde em Maryland, nos EUA, comentando que a GRIPE AVIÁRIA na União Europeia poderia matar 2 milhões de pessoas.

- JUNHO de 2006 – É noticiado que a OMS considera muito provável que tenha ocorrido o primeiro caso de transmissão humana, em Sumatra, na Indonésia, onde 8 pessoas foram efectivamente infectadas, mas nenhuma morre.

- JULHO de 2006 – Confirma-se o 1º caso de GRIPE AVIÁRIA numa ave em Espanha.

- JULHO DE 2009 - JÁ NADA SE FALA SOBRE A GRIPE AVIÁRIA.

Sabem que medida adoptou o governo dos EUA no dia 2 de Novembro de 2005 quando afirmaram que no país haveriam 2 milhões de mortos por causa da GRIPE AVIÁRIA?

Nesse dia o Sr. George W. Bush aprovou uma previsão orçamentária de 7,1 mil milhões de dólares para planos de prevenção e aquisição de medicamentos dos quais 1,2 mil milhões de dólares estavam destinados a elaborar e adquirir 20 milhões de doses de vacinas contra a gripe tipo H5N1 (o famoso “TAMIFLU”).

Qualquer mortal diria que até agora teríamos tão somente um honorável presidente preocupado com a saúde do seu povo… nada incomum.

NADA INCOMUM???

1996 - A companhia bio-farmacêutica norte americana “GILEAD SCIENCES” patenteia o TAMIFLU como medicamento contra vários tipos de gripe.

1997 – DONALD RUMSFELD, membro da direcção da “GILEAD SCIENCES” desde 1968, é nomeado presidente da companhia.

UM CONSELHO: MEMORIZE ESTE NOME – DONALD RUMSFELD.

Neste mesmo ano a companhia de DONALD RUMSFELD chegou a um acordo com o laboratório multinacional suíço “ROCHE” para fabricar e distribuir o “TAMIFLU” até ao ano de 2016 em troca de uma comissão de 10% da renda total.

DONALD RUMSFELD presidiu à direcção da “GILEAD SCIENCES” ATÉ 2001… agora adivinhem porque saiu?

Porque foi nomeado Secretário de Defesa no 1º governo de George W. Bush… O mesmo honorável presidente que ficou preocupado com a saúde do seu povo e que em 2005 aprovou um orçamento no qual 1,2 mil milhões de dólares estavam destinados à ex-companhia de DONALD RUMSFELD para fabricar 20 milhões de doses de TAMIFLU com o propósito de evitar os supostos 2 milhões de mortes nos EUA por causa da GRIPE AVIÁRIA.

Sabem quantas mortes ocorreram nos EUA por causa da GRIPE AVIÁRIA segundo a OMS?

2.000.000? NÃO.

ZERO, segundo as estatísticas da OMS.

Sabem quantas vítimas fatais houve devido à GRIPE AVIÁRIA entre os anos de 2003 e 2009?

7.400.000? NÃO.

272. O que estabelece uma média de 39 mortes por ano no intervalo de 7 anos.

Parece muito mas…

Sabiam que a gripe comum mata 500.000 pessoas por ano no mundo?

Segundo o Conselho Nacional de Segurança dos EUA, uma pessoa teria mais possibilidade de morrer electrificada por um raio do que pela influência da GRIPE AVIÁRIA.

Hoje já não importa. Hoje já não se fala nada sobre a GRIPE AVIÁRIA.

Hoje todas as sociedades estão padecendo do impacto paranóico e abusivo da nova epidemia da moda: a GRIPE A ou GRIPE SUÍNA.

Segundo a OMS até ao dia 30 de Junho de 2009, a vírus da gripe AH1N1 causou 382 mortes em todo o mundo.

Analisemos a cifra mundial de outras enfermidades, tendo como base a própria OMS:

- Actualmente morre no mundo a cada ano, 2 milhões de pessoas por causa da malária (mortes que se poderiam evitar usando um mosquiteiro);

- Morrem em cada ano 2 milhões de crianças por causa da diarreia (mortes que se poderiam evitar com soro oral);

- Morrem a cada ano 10 milhões de pessoas por causa de enfermidades curáveis, como o sarampo ou pneumonia.

QUANTAS DESTAS MORTES SÃO TÍTULOS DE JORNAIS?

NENHUMA.

Contudo, a insistência mediática com a GRIPE A parece imutável.

MAS POR QUÊ?

A esta altura, já deveria estar bastante claro.

Recordam que no ano de 1996, a companhia bio-farmacêutica “GILEAD SCIENCES”, presidida anos depois pelo simpático DONALD RUMSFELD patenteou o TAMIFLU como medicamento contra vários tipos de gripes?

ADIVINHEM?

Casualmente o TAMIFLU é um dos remédios recomendados pela OMS para combater a GRIPE A.

Haverá melhor maneira de comercializar um medicamento que gerar uma necessidade baseada no MEDO e na PARANÓIA na sociedade?

Se ainda não ficou claro, refira-se que as acções na bolsa da “ROCHE” entre 23 e 29 de Abril de 2009 aumentaram consideravelmente em apenas 5 dias, passando de 28 para 32 dólares.

A propósito, sabiam que o TAMIFLU tem efeitos secundários psicológicos e psiquiátricos?

A Administração de Remédios e Alimentos dos EUA, investigou cerca de 600 casos de pessoas tratadas com TAMIFLU que apresentaram efeitos secundários neuropsicológicos. Os sintomas mais severos são convulsões e delírios graves.

No Japão, 14 mortes infantis e adolescentes por causa de infecções cerebrais fez o governo proibir o TAMIFLU durante o ano de 2007.

Durante a campanha massiva de vacinação contra a GRIPE A do ano de 2009, em apenas 6 meses, as paralisações provocadas pela vacina apresentaram um prejuízo de 1.3 mil milhões de dólares.

A Justiça culpou a vacina por 25 mortes (incluindo jovens saudáveis de 20 anos que acabaram paraplégicos).

É assim tão difícil de entender o que se esconde atrás da GRIPE A?

Actuemos activamente mas nunca aceitemos que nos queiram manter num estado de paranóia e sufocador.

Cuidemos de nós próprios e de nossa família.

Tenhamos em mente as medidas de prevenção.

Mas também lembrem-se que esta fórmula em algum momento vai ter que mudar.Porque estão jogando connosco. Estão negociando com a vossa saúde e com a saúde dos vossos entes queridos.

domingo, 18 de outubro de 2009

O PREÇO CERTO



Tenho a grande felicidade de não ser obrigado a ver televisão todos os dias e a todas as horas.

E eu percebo que há pessoas que são obrigadas a ver televisão: pessoas que vivem sozinhas e que vivem mal com isso; casais que já disseram tudo um ao outro, ou nunca tiveram nada a dizer um ao outro; pessoas que precisam de ver alguma coisa para adormecer; doentes no hospital; e... não imagino outras razões para alguém ver televisão. Pelo menos com a programação que nos atiram à cara.

Eu tenho a grande felicidade de estar a trabalhar nas horas em que os directores de programas nos brindam com o que eles acham que nós gostamos e é supostamente «nobre», como o horário. Mas tenho pena de não conseguir ver o Preço Certo, porque gostava de ficar a saber o preço certo de uma série de coisas.

Porque é bom vivermos com a noção correcta do verdadeiro custo das coisas. Sabermos o que a vida custa.

Por exemplo, eu tenho curiosidade de saber quando custa a um empreendedor imobiliário esperar 10 anos com um terreno de área protegida até poder construir que nem um javardo? Quanto recebe um partido em campanha para dar um grande negócio a uma empresa e não a outra, depois de estar no poder? Quanto custa a um grupo de tubarões fazer desaparecer o computador das finanças onde os seus negócios estão registados? Quanto custa mandar dar uma carga de porrada a um tipo que denuncia negociatas nos laboratórios farmacêuticos?

Não tem curiosidade de saber o preço certo destas coisas? Desculpem estar a inquietar-vos com estas coisas mas pensem só que há pessoas que neste preciso momento têm esse tipo de preocupações, até porque se trata da vida delas.

E repare que não estou a pôr questões mais difíceis de contabilizar. Por exemplo: quanto custa a um polícia libertar um criminoso só porque o processo prescreveu ou desapareceu ou foi mandado arquivar? Quanto nos custa a todos um gestor público incompetente? Quanto custa uma ponte a cair, com mortos e tudo? Quanto custa adiar a construção duma nova travessia do Tejo em gasolina, tempo e irritação? Destas coisas é que eu gostava de saber o preço certo.

Isto eu sei: uma fotocópia na Procuradoria-Geral da República aqui há uns tempos ficava por 60 mil contos, por exemplo. Sabia? Não sabia. Está tudo tão caro, não é? Mas se regatear bem a coisa pode ficar por 20 mil. Isto, claro, se as fotocópias tiverem um processo-crime em investigação.

Mas, felizmente, tenho o grande privilégio de conseguir ver de vez em quando o CSI. Uns polícias fantásticos que, numa hora, descobrem casos complicadíssimos. E, se formos a ver, ó com uma lanterna por polícia, 2 ou 3 balas, 4 cotonetes, uma tinta azul milagrosa e o ADN do maralhar.

É uma limpeza.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

MEDÍOCRE, LOGO MEDALHA


Medíocre- parte 1.

Há características extraordinariamente comuns às pessoas medíocres.

Seja qual for a sua área de trabalho, os medíocres encontram sempre uma estratégia para se fazerem passar por responsáveis, e, espantosamente, conseguem-no.

Todos os países tem a sua quota de medíocres, uns mais e outros menos, é certo, porque a mediocridade só tem consequências reais se for tão comum que se torne visível, e, entre nós, não só é visível como recompensada.

O que define o medíocre é o facto de não ser bom em nada, nem péssimo em tudo. Se fosse péssimo a sociedade lá arranjaria uma forma mais expedita de se ver livre dele, mesmo que fosse promovendo-o a Marechal, com a Ordem de Cristo ao peito, ou reformá-lo com honra, distinção e uma verba choruda.

O medíocre não se deixa enrolar com tão pouco. Ele é um ruminante da vida, uma toupeira de esquemas e matreirices, um lambe-botas encartado sempre à espera da oportunidade de não fazer nada dando a sensação de que fez tudo para que nos salvar do cataclismo. Ele nunca é responsável pelo falhanço, pela inépcia, pelo desleixo, pela fraude.

O medíocre não ‘sabe nada’ e sempre fez tudo ‘dentro da maior legalidade’. Pelo contrário, se não fez mais foi porque ‘não lhe deram condições’. O medíocre não se preocupa com mais nada que não seja o crescimento da sua conta bancária à custa do menor dos menores esforços.

E esta é uma atitude transversal às mais diversas actividades profissionais.

É assim nos restaurantes que nos atiram, em travessas de inox gordurosas, miscelâneas esverdeadas e cinzentas que pomposamente vem descritas na lista como “vitela à casa”.

É assim na construção civil quando nos ofuscam com fichas técnicas infalíveis de apartamentos já plenos de rachas nos mosaicos e infiltrações no lugar dos chuveiros.

É assim na política quando, mandato após mandato, se agravam problemas urgentes que apenas carecem de quem se preocupe genuinamente com eles, de quem se debruce, denodado à causa pública, e, no mínimo, em honrar o cargo.

Mas o medíocre não sabe o que é honra, porque na maior parte das vezes ele não foi eleito para nada. O medíocre é, geralmente, nomeado. O seu curriculum é ser amigo de um amigo com quem frequentou a Universidade, ou insistir, com a assiduidade de quem procura a brecha, os ambientes onde pululam os seus pares: outros medíocres igualmente perigosos e inúteis.

Pode ser um circuito de bares, festas, jantares em casa de fulano ou mesmo apenas uma férias em hot-spots do Algarve. Como num aquário onde, à mão, se pescam peixes-vermelhos que se fazem passar por trutas, também nestes salões saloios de medíocres se espera pela vez, pela oportunidade do cargozito, da promoçãozinha, da nomeação ‘inesperada’.

Em caso de crise, por exemplo governamental, é só perguntar ao amigo: “Ouça lá, você está a ver alguém para Director-Geral de Não-Sei-o-Quê?”, ao que o outro responde: “Eh pá, assim de repente não estou a ver, mas deixe-me na quinta-feira falar com o Cicrano no jantar de Beltrano. Tem que ser do Partido?”.

E lá vai a mão ao aquário arrancar o peixinho-vermelho, vesti-lo de truta e pronto: mais um alto funcionário do estado a ganhar uns milhares que façam jus à sua ‘extrema competência’.

Infelizmente, na maior parte da vezes, assim funciona o País.

Texto de Pedro Abrunhosa.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

AS FÉRIAS


Ah! As férias! Finalmente estão quase aí!

Passamos o ano inteiro à espera delas, a sonha com elas, a poupar para elas! É fantástico quando chegam! Uns tempos antes tratámos do passaporte e dos vistos... E quando está tudo em ordem, é só fazer as malas. «O que é que levas? Só isso? E se está frio? E para o calor? E quando estiver calor, mas a chover?... Sabes como é...» Duas malas por pessoa! «E quando não haver nada para fazer? Quando chove - que lá chove sempre...» E levamos sempre mais dez livros do que aqueles que se consegue ler em 3 anos. Quatro malas por pessoa. «E se compramos lá alguma coisa?» «Eu não compro nada!» «Isso dizes tu sempre. No ano passado tivemos que comprar uma mala lá para trazer tudo o que tu não querias comprar, mas compraste. Ainda por cima porcarias que tu não te lembras para que é que servem...» «Mas este ano não compro nada!» «Cinco malas!» Cinco malas, que estamos sempre à procura e a contar, a ver se não falta nenhuma... Um inferno!

Já vamos para lá com excesso de bagagem...

Depois vamos para o aeroporto. 1, 2, 3, 4, 5...

Agora com as medidas de segurança do terrorismo, temos que estar 3 horas antes da partida. É bom, porque no free shop é tudo mais barato... Nesta altura, ainda não partimos mas já estamos com... 2, 4, 5 malas... e 3 sacos de plástico.

Depois o voo. Comprimidos para dormir. Mas, com a excitação, o comprimido não actua completamente e só ficamos muito bêbados, e chegamos lá com uma grande moca. A minha mulher leu-me o folheto do Dormicum 4 vezes... «Fenipro... fepinorpr... penifo...» até eu próprio tomar um comprimido porque já não a aguentava mais e adormecer...

A viagem é sempre o pior das férias. A comida é intragável, o vinho tinto vem gelado, as hospedeiras atiram-nos as coisas com uma simpatia de plástico. E vamos todos enlatados com crianças a chorar, e flatos mal disfarçados, uns 300 portugas que pagaram um balbúrdio para irem todos para um destino «exótico», «diferente». Afinal, chegamos lá e estamos os 300 no mesmo hotel. Parece a Amadora, mas com palmeiras. E todos os anos é a mesma coisa. A gente é que se esquece, de um ano para o outro. 1, 2, 3, 4, 5!

Mas as férias são um momento único para conhecer novas culturas.

Põem-nos uma pulseira... e normalmente da cultura conhecemos só a gastronomia má dos vários países. Mas não se pode ter tudo...

E prende-se imenso sobre a comida indígena. Por exemplo: fiquei a saber que a goiaba dá uma limpeza instantânea aos intestinos, como a papaia; o feijão mineiro é muito mais... potente que o nosso; os fritos tradicionais fazem uma azia mais persistente que os nossos. Em Cuba (onde há sempre uns tipos a cantar «de tu querida presencia!...»), em Cuba, por exemplo, recomendo os que são feitos com óleo de carro antes da revisão, «muy típicos».

As bebidas alcoólicas fazem muito mais efeito lá. Há quem diga que é por causa do calor, mas para mim, é só porque é de borla. E passamos o dia a beber à beira da piscina, com muito gelo - a torrar ao sol, como se o sol não estivesse lá no dia a seguir - , e só damos por isso quando nos levantamos e caímos na piscina.

Quando, finalmente, os remédios que levámos para a diarreia inevitável já estão a fazer efeito - mais ou menos dois dias antes do regresso a casa - , conseguimos ir à casa de banho normalmente. É aí que reparamos que até aí, na casa de banho, as diferenças são enormes.

A sanita brasileira, por exemplo, tem um autoclismo em que é preciso ficar ali a carregar, se não a água pára de correr. Portanto, depois de fazermos a obra... temos que ficar ali a contemplá-la... a ver o que comemos. Esta sanita brasileira deve ter sido inventada por um maníaco - ou uma maníaca, que as mulheres têm uma relação muito mais... duradoura com aquilo que comem -, uma maníaca das dietas. «Cê está vendo, diz a sanita, cê comeu casca de siri paca. Ó alí o pedaço de acarajá que não devia ter pegado, sua gorda!»

Já a sanita americana é diferente, muito mais agressiva. A sanita americana tem uma base em cima cheia de água. Portanto, cada vez que fazemos... o que temos a fazer, a água salpica-nos. Plof!

Talvez esta agressividade da sanita americana se explique pelo ciúme. É que, se virmos bem, os americanos não inventaram nada para a culinária. Só inventaram o gelo para pôr nas bebidas: gin - inglês - com gelo, whisky - escocês - com gelo, martini - italiano - on the rocks... Ok, já estou a ver a malta mais nova: «Coca-Cola, americana, com gelo!» Mas, meus jovens amigos, a coca-cola não é uma bebida, é um desentupidor de canos...

De que altura é que os americanos têm de fazer na sanita para não se salpicarem?... Se calhar é por isso que temos a tendência da dizer que os americanos estão sempre a «cagar de alto»...

Esta coisa das férias é formidável para nos pôr em contacto com outras realidades. Agora há a moda dos eco-resorts, que são uns hotéis com espaço que nunca mais acaba, porque os terrenos foram sacados por uma tuta-e-meia a uns índios que por ali havia. Mas estamos mais em contacto com a natureza. Estamos.

Do ponto de vista da natureza... do negócio, contactamos com o dono alemão do resort brasileiro, o dono francês do resort dominicano, o dono espanhol do resort cubano. E não há dúvidas que contactamos com os indígenas - só porque são os empregados.

E com os animais...

Em África, com os macacos. Começam por tomar o pequeno-almoço connosco, logo no primeiro dia. «Olha um saguim!» Não é nada. É um babuíno, mas não interessa. «Olha para o saguim, parece mesmo que está a pedir um bocado de manga! Olha a cara dele, parece mesmo o filho do Sr. Mário, aquele teu ex-namorado, a pedir... Toma! Olha, olha ele a comer, todo satisfeito, o bocado de pão com manteiga. E quer mais! O que é aquilo? Grande lagartixa! É uma iguana?» «Não é nada, parece uma osga...» «Tá bem, em maior.» A osga não se aproxima, só diz «Bah! Bah(levantando a cabeça a cada vez) «Pão com manteiga comam vocês. Eu sou uma iguana, não sou estúpida.» A iguana está ali... não é que tenha um contrato com o eco-resort para aparecer à hora do pequeno-almoço. Não. Está ali para comer os mosquitos que vêm ter connosco - o tal encontro com a natureza... «Mmmmm! Mmmm!» E a iguana «schlep! Este mosquito hoje está gostoso! Eu sou um iguana, não sou estúpida»...

Isto é só no primeiro dia. Porque no segundo dia a iguana não aparece... porque não é estúpida e já sabe que o saguim - que afinal é um babuíno, aprendemos nós entretanto num livro inglês - vai começar a exigir mais que o pão com manteiga. «Não queres o pão? O que é que tu queres, pá? Queres o ananás? Era o que faltava. Que isto saiu-me do pêlo. Eh pá! Roubaste-me?! Tá quieto! O saguim está-me a morder! Tá quieto! Socorro!» E a iguana «Eu não disse? Parece que sou bruxa. Não gosto de confusões...»

Mas há os turistas mais afoitos, que alinham nos programas propostos nos eco-resorts: caminhada na selva (20 km!...), excursões que acabam sempre numas tendas onde somos assaltados por comerciantes famintos (em Cuba são acompanhados por cantores mariachi famintos ou lá o que são, sempre a cantar «comandante Che Guevara»). E lá acabamos por comprar umas bugigangas que não sabemos depois para que servem e damos como «recuerdos» aos amigos.

Mas há turistas piores. São os que alinham em todas as actividades que os resorts oferecem: hidroginástica (aquelas pessoas que fazem uma barulheira infernal dentro da piscina quando nós estamos a refazer-nos do ataque do saguim - está bem, babuíno! - e queremos dormir um bocado ao sol); skwash; tiro ao alvo; danças nativas (para as quais não temos jeito nenhum); pingue-pongue; ténis (à torreira do meio-dia); canoagem e até passadeira (que são uns fulanos que se põem a correr dentro duma sala, contra uma parede, quando há centenas de hectares lá fora!...). Bom, esses turistas são os que precisam mesmo de férias.

Depois voltamos para Portugal (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7...) e ficamos o resto do mês fechados em casa, porque já não temos mais dinheiro para sair. Aquele ar risonho, meio aparvalhado de que está de férias, acaba-se imediatamente. Mas as férias são óptimas para descansarmos. Dão para ler uns romances daqueles enormes, que não lemos durante o ano.

Já agora, boas férias para todos.

domingo, 16 de agosto de 2009

A ESTAÇÃO PARVA


Como vivem os 20 homens mais ricos de Portugal.

Conheça o lado negro de Diana mais de 10 anos depois da sua morte.

Como gastam o dinheiro os 20 herdeiros dos mais ricos de Portugal.

Os 10 hotéis de sonho,

As operações de estética, onde e como.

A moda do sexo na escola.

Isto são títulos de capas de revistas de informação geral dos últimos meses. Não estou a falar da Caras, da Vip, da Flash, da Nova Gente ou da TV Guia, que se especializaram nestas questões.

Não.

Estou a falar de revistas como a Focus, a Visão ou a Sábado. Revistas supostamente de informação geral, política e séria.

Claro que depois lá dentro têm os artigos de informação geral, séria e interessante. Mas a capa, senhores, faz-nos pensar que ou alguém meteu droga na máquina de café das redacções ou a silly season provoca graves danos na capacidade de escolha dos editores.

Gostava de perceber porque é que as capas das revistas da chamada imprensa de referência deram em só chamar a atenção para as coisas menos importantes de que tratam?

Aqui há uns anos percebi que os jornalistas definiam os meses de Verão como «silly season», que no fundo é «estação parva», mas dito em inglês ainda mantém uma certa dignidade, não é mesmo só parva. Eu até já me tinha habituado à ideia de só ler disparates nos meses de Verão, e até desculpava.

O problema é que agora estão a estender a estação parva ao ano todo. Este ano foi parvo desde Março. E isso é muita parvoíce.

É verdade que o tempo anda aparvalhado e já ninguém se entende com este clima, mas acho que andam a exagerar. Por favos, liguem o ar condicionado numa temperatura que não promova a parvoíce. Deve haver estudos que explicam qual é essa temperatura. Inclusive numa dessas edições de Verão que têm estudos sobre tudo e mais alguma coisa.

É que, como eu disse, lá pelo meio ainda há muita coisa boa.

terça-feira, 28 de julho de 2009

SEXO


O sexo.

Normalmente as pessoas que falam mais de sexo são as que não fazem sexo.

Eu só estou a falar de sexo… não sei porquê.

O sexo é completamente diferente para os homens e para as mulheres. Para os homens sexo é sexo. Para as mulheres sexo é… uma coisa muito complicada… que tem a ver com…

É que nunca se sabe!

Umas vezes dizemos umas coisas e elas dão-nos o privilégio de nos deixarem fazer sexo. Tipo «tu és a coisa mais importante que aconteceu na minha vida…» No dia a seguir dizemos «tu és a coisa mais importante que aconteceu na minha vida»… e já não funciona. Vá-se lá perceber!

Dá ideia que as mulheres poderiam passar perfeitamente sem sexo, como se isso fosse possível! O que leva os homens a desenvolver teorias perfeitamente…

«O cu não tem sexo!» Bom, se não nos dão sexo, querem que a gente tenha ideias brilhantes?!
Há mulheres… praticamente todas… que acham que a cabeça dos homens, aquela com que nós pensamos é… bom, não é esta (onde está alojado o cérebro).

Isto é ofensivo.

A nossa parte mais interessante está aqui (cérebro). Está provado… deve estar. Só que… bom, sabem aquela sensação de se estar cheio de chichi até aos olhos? Tudo o que vemos já está amarelo, não se consegue pensar em mais nada?... Não fazer sexo dá a mesma sensação. Só que através da testosterona não se consegue ver – não é transparente! Portanto é natural que um homem que não tem sexo há uns tempos não consiga ver mais nada!... Eu estou a falar nisto teoricamente, porque felizmente não me posso queixar de falta de sexo… Bom…

«O sexo não é tudo. Vocês, homens, nunca perceberam isso»… dizem as mulheres libertadas – porque as outras não dizem nada se não vão parar ao hospital. Todos os dias são 7, em Portugal… somos muito machos… Para não haver dúvidas sobre quem é mais inteligente… «Sexo não é tudo?» Está bem… mas é muito importante! As senhoras é que ainda não fizeram umas contas simples…

Bom… Somos 7 mil milhões de seres humanos no planeta. Ora 7 mil milhões de seres humanos quer dizer, descontando os gémeos, uns 6 mil 950 milhões de quecas dadas, efectivamente. Pelo menos. E estou a contar com 25 milhões de quecas que deram gémeos!...

Bom… 6 mil 950 milhões de quecas dadas!...

Podemos ainda acrescentar mais algumas quecas dadas por católicos – interrompidas, por não usarem camisinhas por pensarem no Papa. (Como é que alguém consegue dar uma queca a pensar no Papa?!) Uma por católico e por ano dá, digamos, um bilião, pronto – que nem um católico, mesmo praticante (e cada vez há menos) – se aguenta e consegue interromper sempre, não é?

Portanto, já vamos em 7 mil 950 milhões de quecas dadas… As senhoras continuam a dizer que não é importante? Começam a ficar em minoria…

E sem contar as sarapitolas esgalhadas pelos mirones nas dunas das nossas praias!

Li há uns tempos que, no mundo inteiro e por minuto, há 380 mulheres que engravidam por minuto!...

Podemos ainda acrescentar ao número efectivo de seres humanos existentes (resultado, portanto, de quecas indiscutivelmente dadas – não me venham com filhos de virgens, está bem?, que isso não acontece há 2000 anos!), podemos acrescentar um número indefinido – enorme, espero eu – de quecas dadas sem consequências…

Sem consequências procriativas, quero eu dizer, sem filhos, porque consequências uma queca tem sempre: uma noite de sono descansado, um suspiro, um cigarro, um reatar de uma relação, uma ideia, uma vontade de dar outra, uma vontade de fugir, uma boa recordação, uma má recordação…

Minhas senhoras… Pensem nisto, por favor, para depois poderem dizer no aconchego do lar: «Sete mil 950 milhões de quecas já dadas!... Vamos contribuir com qualquer coisa…»

quarta-feira, 15 de julho de 2009

REFLEXÕES


AVISO: O TEXTO É LONGO MAS ELUCIDATIVO.

Reflexões: Professor Medina Carreira

Nota: O Professor Medina Carreira, um dos mais capacitados economistas portugueses, sempre que fala, deixa o País a reflectir, estupefacto.Aqui deixamos a síntese de uma das últimas entrevistas que concedeu e a não perder.

"Vocês, comunicação social, o que dão é esta conversa de «inflação menos 1 ponto», o «crescimento 0,1 em vez de 0,6»....Se as pessoas soubessem o que é 0,1 de crescimento, que é um café por português de 3 em 3 dias...Portanto andamos a discutir um café de 3 em 3 dias...mas é sem açúcar..."

"Eu não sou candidato a nada, e por conseguinte não quero ser popular.Eu não quero é enganar os portugueses. Nem digo mal por prazer, nem quero ser «popularuxo» porque não dependo do aparelho político!"

"Ainda ´há dias eu estava num supermercado, numa bicha para pagar, e estava uma rapariga de umbigo de fora com umas garrafas, e em vez de multiplicar «6x3=18», contava com os dedos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7... Isto não é ensino...é falta de ensino, é uma treta! É o futuro que está em causa!"

"Os números são fatais. Dos números ninguém se livra, mesmo que não goste. Uma economia que em cada 3 anos dos últimos 27, cresceu 1% em 2...esta economia não resiste num país europeu."

"Quem anda a viver da política para tratar da sua vida, não se pode esperar coisa nenhuma. A causa pública exige entrega e desinteresse."

"Se nós já estamos ultra-endividados, faz algum sentido ir gastar este dinheiro todo em coisas que não são estritamente indispensáveis?P'ra gente ir para o Porto ou para Badajoz mais depressa 20 minutos?Acha que sim?A aviação está a sofrer uma reconversão, vamos agora fazer um aeroporto, se calhar não era melhor aproveitar a Portela?Quer dizer, isto está tudo louco?"

"Eu por mim estou convencido que não se faz nada para pôr a Justiça a funcionar porque a classe política tem medo de ser apanhada na rede da Justiça. É uma desconfiança que eu tenho. E então, quanto mais complicado aquilo fôr..."

"Nós tivemos nos últimos 10-12 anos 4 Primeiros-Ministros:
-Um desapareceu;
-O outro arranjou um melhor emprego em Bruxelas, foi-se embora;
-O outro foi mandado embora pelo Presidente da República;
-E este coitado, anda a ver se consegue chegar ao fim e fazer alguma coisa..."

"O João Cravinho tentou resolver o problema da corrupção em Portugal.Tentou. Foi "exilado" para Londres. O Carrilho também falava um bocado, foi para Paris. O Alegre depois não sei para onde ele irá...Em Portugal quem fala contra a corrupção ou é mandado para um "exílio dourado", ou então é entupido e cercado."

"Mas você acredita nesse «considerado bem»?Então, o meu amigo encomenda aí uma ponte que é orçamentada para 100 e depois custa 400? Não há uma obra que não custe 3 ou 4 vezes mais? Não acha que isto é um saque dos dinheiros públicos? E não vejo intervenção da polícia...Há-de acreditar que há muita gente que fica com a grande parte da diferença!"

"De acordo com as circunstâncias previstas, nós por volta de 2020 somos o país mais pobre da União Europeia. É claro que vamos ter o nome de Lisboa na estratégia, e vamos ter ,eventualmente, o nome de Lisboa no tratado.É, mas não passa disso. É só para entreter a gente..."

"Isto é um circo. É uma palhaçada. Nas eleições, uns não sabem o que estão a prometer, e outros são declaradamente uns mentirosos:-Prometem aquilo que sabem que não podem."

"A educação em Portugal é um crime de «lesa-juventude»:
Com a fantasia do ensino dito «inclusivo», têm lá uma data de gente que não quer estudar, que não faz nada, não fará nada, nem deixa ninguém estudar. Para que é que serve estar lá gente que não quer estudar?Claro que o pessoal que não quer estudar está lá a atrapalhar a vida aqueles que querem estudar. Mas é inclusiva.... O que é inclusiva? É para formar tontos? Analfabetos?"

"Os exames são uma vergonha. Você acredita que num ano a média de Matemática é 10, e no outro ano é 14? Acha que o pessoal melhorou desta maneira? Por conseguinte a única coisa que posso dizer é que é mentira!Está-se a levar a juventude para um beco sem saída. Esta juventude vai ser completamente desgraçada! "

"A minha opinião desde há muito tempo é: TGV- NÃO!
Para um país com este tamanho é uma tontice.O aeroporto depende. Eu acho que é de pensar duas vezes esse problema.Ainda mais agora com o problema do petróleo."

"Bragança não pode ficar fora da rede de auto-estradas? Não?Quer dizer, Bragança fica dentro da rede de auto-estradas e nós ficamos encalacrados no estrangeiro? Eu nem comento essa afirmação que é para não ir mais longe...Bragança com uma boa estrada fica muito bem ligada.Quem tem interesse que se façam estas obras é o Governo Português, são os partidos do poder, são os bancos, são os construtores, são os vendedores de maquinaria...Esses é que têm interesse, não é o Português!"

"Nós em Portugal sabemos resolver o problema dos outros:A guerra do Iraque, do Afeganistão, se o Presidente havia de ter sido o Bush, mas não sabemos resolver os nossos. As nossas grandes personalidades em Portugal falam de tudo no estrangeiro: criticam, promovem, conferenciam, discutem, mas se lhes perguntar o que é que se devia fazer em Portugal nenhum sabe. Somos um país de papagaios..."

Receber os prisioneiros de Guantanamo?«Isso fica bem e a alimentação não deve ser cara...»Saibamos olhar para os nossos problemas e resolvê-los e deixemos lá os outros...Isso é um sintoma de inferioridade que a gente tem, estar sempre a olhar para os outros. Olhemos para nós!"

"A crise internacional é realmente um problema grave, para 1-2 anos.Quando passar lá fora, a crise passará cá.Mas quando essa crise passar cá, nós ficamos outra vez com os nossos problemas, com a nossa crise.Portanto é importante não embebedar o pessoal com a ideia de que isto é a maldita crise. Não é!"

"Nós estamos com um endividamento diário nos últimos 3 anos correspondente a 48 milhões de euros por dia:Por hora são 2 milhões! Portanto, quando acabarmos este programa Portugal deve mais 2 milhões! Quem é que vai pagar?"

"Isso era o que deveríamos ter em grande quantidade. Era vender sapatos. Mas nós não estamos a falar de vender sapatos. Nós estamos a falar de pedir dinheiro emprestado lá fora, -lo a circular, o pessoal come e bebe, e depois ele sai logo a seguir..."

"Ouça, eu não ligo importância a esses documentos aprovados na Assembleia...Não me fale da Assembleia, isso é uma provocação...Poupe-me a esse espectáculo...."

"Isto da avaliação dos professores não é começar por lado nenhum. Eu já disse à Ministra uma vez «A senhora tem uma agenda errada"» Porque sem pôr disciplina na escola, não lhe interessa os professores. Quer grandes professores? Eu também, agora, para quê?Chegam lá os meninos fazem o que lhes dá na cabeça, insultam, batem, partem a carteira e não acontece coisa nenhuma. Vale a pena ter lá o grande professor? Ele não está para aturar aquilo...Portanto tem que haver uma agenda para a Educação. Eu sou contra a autonomia das escolas. Isso é descentralizar a «bandalheira»."

"Há dias circulava na Internet uma notícia sobre um atleta olímpico que andou numa "nova oportunidade" uns meses, fez o 12ºano e agora vai seguir Medicina... Quer dizer, o homem andava aí distraído, disseram «meta-se nas novas oportunidades» e agora entra em Medicina...Bem, quando ele acabar o curso já eu não devo cá andar felizmente, mas quem vai apanhar esse atleta olímpico com este tipo de preparação...Quer dizer, isto é tudo uma trafulhice..."

"É preciso que alguém diga aos portugueses o caminho que este país está a levar.Um país que empobrece, que se torna cada vez mais desigual, em que as desigualdades não têm fundamento, a maior parte delas são desigualdades ilegítimas para não dizer mais, numa sociedade onde uns empobrecem sem justificação e outros se tornam multi-milionários sem justificação, é um caldo de cultura que pode acabar muito mal. Eu receio mesmo que acabe."

"Até cerca de um ano eu pensava que íamos ficar irremediavelmente mais pobres, mas aqui quentinhos, pacíficos, amiguinhos, a passar a mão uns pelos outros...Começo a pensar que vamos empobrecer, mas com barulho...Hoje, acrescento-lhe só o «muito».Digo-lhe que a gente vai empobrecer, provavelmente com muito barulho...Eu achava que não havia «barulho», depois achava que ia haver «barulho», e agora acho que vai haver «muito barulho».Os portugueses que interpretem o que quiserem..."

"Quando sobe a linha de desenvolvimento da União Europeia sobe a linha de Portugal. Por conseguinte quando os Governos dizem que estão a fazer coisas e que a economia está a responder, é mentira!Portanto, nós na conjuntura de médio prazo e curto prazo não fazemos coisa nenhuma. Os governos não fazem nada que seja útil ou que seja excessivamente útil. É só conversa e portanto, não acreditem...No longo prazo, também não fizemos nada para o resolver e esta é que é a angústia da economia portuguesa."

"Tudo se resume a sacar dinheiro de qualquer sítio. Esta interpenetração do político com o económico, das empresas que vão buscar os políticos, dos políticos que vão buscar as empresas...Isto não é um problema de regras, é um problema das pessoas em si...Porque é que se vai buscar políticos para as empresas?É o sistema, é a (des)educação que a gente tem para a vida política...Um político é um político. E um empresário é um empresário. E não deve haver confusões entre uma coisa e outra. Cada um no seu sítio.Esta coisa de ser político, depois ministro, depois sai, vai para ali, tira-se de acolá, volta-se para ministro...é tudo uma sujeira que não dá saúde nenhuma à sociedade."

"Este país não vai de habilidades nem de espectáculos. Este país vai de seriedade. Enquanto tivermos ministros a verificar preços e a distribuir computadores, eles não são ministros! Eles não são pagos nem escolhidos para isso! Eles têm outras competências e têm que perceber quais os grandes problemas do país!"

"Se aparece aqui uma pessoa para falar verdade, os vossos comentadores dizem «este tipo é chato, é pessimista»....Se vem aqui outro trafulha a dizer umas aldrabices fica tudo satisfeito...Vocês têm que arranjar um programa onde as pessoas venham à vontade, sem estarem a ser pressionadas, sossegadamente dizer aquilo que pensam. E os portugueses se quiserem ouvir, ouvem. E eles vão ouvir,porque no dia em que começarem a ouvir gente séria e que não diz aldrabices, param para ouvir. O Português está farto de ser enganado!Todos os dias tem a sensação que é enganado!"

sábado, 20 de junho de 2009

O AMBIENTE ANDA ESTRAGADO


Neste momento o planeta Terra, por culpa das atrocidades ambientais que temos cometido, está no mesmo estado que o nariz do Michael Jackson.

Ou seja, preso por arames.

Há quem pense que o pior é que as alterações climatéricas previstas para daqui a 30 anos, estejam a acontecer já.

Mas não é.

O pior é que o mundo, ou melhor, o hemisfério norte, continua a poluir à velocidade dum Mazeratti.

E igualmente com dois escapes.

Há pouco mais de dez anos, no Japão, vários líderes comprometeram-se a reduzir a poluição nos seus países. Poucos cumpriram. Os Estados Unidos, por exemplo, mantiveram a sua política ambiental. Aliás, suspeito que Bush se preocupe tanto com o assunto que pense que Protocolo de Quioto seja um prato de sushi.

Quanto a Portugal, deu uma lição aos americanos e provou, que por ser um país secular e com muita tradição, sabe honrar aos seus compromissos e respeitar o meio ambiente...
Estava a brincar.

Como é óbvio não cumprimos nada e, na Europa, fomos mesmo os piores em matéria de poluição.

O que é certo é que o clima virou do avesso e 2006 foi mesmo o ano mais quente de sempre.

A Inglaterra, que começou a medir a temperatura há 347 anos, nunca teve um ano de tanto calor.

Muitos ingleses, e especialmente inglesas, perceberam finalmente porque é que a roupa pesa tanto ao Zezé Camarinha.

Os ursos na sibéria andam completamente apardalados porque não está frio suficiente para poderem hibernar sossegados. E enquanto eles sofrem, os ursos que são responsáveis pela situação parecem dormir de consciência tranquila.

E prevê-se também que o nível do mar suba, até 2100, quase 2 metros.

Isto é uma péssima notícia para a maioria dos portugueses, que vive no litoral, mas uma boa notícia para quem vive, por exemplo, na Covilhã e adora praia. É que o Algarve vai passar a ser bem mais perto da sua porta.

Nomeadamente em Beja.

Quanto a mim, vou aproveitar que ainda vai havendo peixe, e vou comer uma bela tijela de Quioto. Que é como quem diz, de sushi.

Sayonara.

terça-feira, 19 de maio de 2009

DESENCONTRO


Mesmo que entre nós
Exista muita terra e muito mar.
Mesmo que os nossos corações
Estejam separados.
Mesmo que as nossas mãos
Não se unam.
Mesmo que não
Possamos vencer os obstáculos da vida.
Mesmo que não
Possamos escapar do mundo
Para ficarmos sós.
Mesmo que não
Possa fazer a terra girar em sentido contrário.
Mesmo que
A intensidade do meu amor
Não possa vencer essas barreiras
Ninguém nos poderá separar.
Porque mesmo estando longe
Nós estamos perto.
Porque mesmo
Que não nos possamos incendiar,
Sentimos a chama da paixão.
Mesmo que não
Vençamos os obstáculos da vida,
Viveremos com eles.
Mesmo que não
Possamos escapar do mundo,
Viveremos o nosso sonho.
Mesmo que não
Possamos fazer a terra girar em sentido contrário,
Voaremos até ao universo.
E mesmo que não
Possa fazer tudo isto,
Não te esquecerei jamais.

domingo, 26 de abril de 2009

25 DE ABRIL SEMPRE???

Mais um ano volvido sobre a "revolução" de 1974 e continuamos a acreditar que vivemos num regime democrático.
Mais um ano volvido sobre a "revolução" de 1974 e continuamos a gritar: "25 de Abril SEMPRE".
"25 de Abril SEMPRE"???
Mas sempre vivemos essa "revolução"???
Essa "revolução" teve mesmo lugar???

Tenho a sensação de que continuamos, pávidos e serenos, à espera que o "25 de Abril" realmente ocorra.

Para vos ajudar a compreender um pouco melhor o meu ponto de vista, compartilho convosco um texto da jornalista Clara Ferreira Alves, publicado no semanário "Expresso".

Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido.


Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, desde o 25 de Abril distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada, mas mais honesta que estes bandalhos.


Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora contínua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido. Para garantir que vai continuar burro o grande cavallia (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades.


Gente assim mal formada vai aceitar tudo e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.
A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.


Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros. Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.


Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas Consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.


Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.


Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.
E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.


Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém quem acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?


Vale e Azevedo pagou por todos?


Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida?


Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?


Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?


Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?


Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?


Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.


No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?
As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.


E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?


E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu?


Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.


E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?


E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?


O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.


E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?


E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.


Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.


Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.


Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.
Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças , de protecções e lavagens , de corporações e famílias , de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.


Este é o maior fracasso da democracia portuguesa


Clara Ferreira Alves - "Expresso"


quarta-feira, 8 de abril de 2009

PROFISSÃO: JEITOSO


Toda a gente fala em especialização.

O que todos os pais querem para os seus filhos é que eles se especializem. «Aprende uma profissão, meu filho, estuda, especializa-te!»

E os nossos filhos estão todos a ir para jornalistas, médicos (menos, porque não os deixam por causa das notas), advogados, actores, engenheiros, professores, gestores de empresas e futebolistas.

Bom, eles não «vão». Eles tiram esses cursos. Nós pagamos, eles trabalham, o Estado investe - pagando as universidades públicas ou permitindo falcatruas às privadas (de onde se pode sair como engenheiro sem sequer tirar o curso)... -, e, depois os nossos filhos vão... mas vão mesmo, para o desemprego.

E se arranjam algum emprego é noutra área como... jeitosos. Já lhe dei o meu cartão? «Jeitoso numa coisa qualquer.»

Eu acho que estamos a viver a era da desprofissionalização... da «jeitosificalização».

Eu, passam-se semanas que não me cruzo com um verdadeiro profissional. Falo com empregados de hotel que há 15 dias eram pedreiros ou lavradores. Ou então eram engenheiros. Mas não estavam na hotelaria. Nas lojas, muitos não sabem do que estão a vender. Nem sequer respondem «bom-dia» quando nós temos a infeliz ideia de entrar nos mundos deles.

E, às vezes, a diferença entre ser bom profissional ou mau mede-se em milímetros de simpatia, décimos de segundo de boa educação...

É que quando se acaba com os profissionais - os que se dedicam à sua profissão, que armazenam conhecimento sobre a profissão -, deixa de haver passagem de conhecimento, de noções de qualidade e de seriedade...

E o patrão paga menos aos jeitosos, claro.

Não são profissionais!...

E os lucros aumentam.

Mas não para nós que não lucramos nada com maus profissionais, nem com jeitosos.

Aumentam só para os profissionais destas manigâncias.

Já viram, por exemplo, como nós temos advogados a tratar de tudo em Portugal? Desde ministérios da Defesa até comissões liquidatárias de qualquer coisa. Conheço um advogado que começou na advocacia (deve ter começado pelo menos...), e já passou pela presidência do Sporting Clube de Portugal, pela Presidência das Câmaras da Figueira da Foz e de Lisboa e ainda conseguiu chegar a ser Primeiro Ministro.

Mas será que os advogados sabem de tudo?

Serão assim tão jeitosos?

E agora essa moda dos gestores?

Será que um gestor de telemóveis é necessariamente bom num ministério da Saúde?

Não há particularidade em cada profissão?

Uma contabilista pode ser ministra da Economia ou da Justiça?

E, quando sai de ministra da Justiça pode ir dirigir um banco - a Caixa Geral de Depósitos, por exemplo?

Qualquer pessoa pode dirigir um banco? Então, dêem-me um! Vão ver a reforma que eu arranjo para mim...

Olhem, vou de férias!

domingo, 15 de março de 2009

JUNTA DE BOIS e O CHEFE MÁXIMO




Um professor de Filosofia que sofria de cancro na garganta foi operado e perdeu a voz.

O cancro não foi, mesmo assim, debelado. Apenas se adiou o problema.

Este homem pediu, no meio de um grande sofrimento, para ser aposentado antecipadamente. Foi por isso presente a uma junta médica que o julgou capaz para exercer as suas funções de docente.

A lógica desta junta parece-me, sobre um certo ponto de vista, acertada. Se eles, que não têm cérebro nem coração, podem estar à frente de uma junta médica, porque é que alguém sem voz não pode leccionar e continuar em funções?

É claro que estamos numa situação quase kafkiana. No entanto, o absurdo de O Processo de Kafka era limitado a um indivíduo. Mas neste caso, estamos já perante a segunda situação do género em pouco tempo. E se juntarmos a isto o caos burlesco em que se transformaram as urgências, com o INEM e os bombeiros a darem cabriolas e pinotes com os doentes, estamos perante uma tragicomédia de dimensões gigantescas. Se não fosse de saúde que estivéssemos a falar, poderia até rir com o que se passa. Mas, sendo assim, apetece-me apenas gritar aos senhores do governo:

- PAREM COM ESTA PORCARIA DE UMA VEZ, SEUS MALUCOS!!!

Apetece-me a mim e começa a apetecer a muito boa gente.

É por isso que Sócrates se vê obrigado a entrar pelas garagens, a subir por marquises e a saltar muros das traseiras para não enfrentar as pessoas.

Anda fugidio, sorumbático e vingativo.

Só se sentiu bem nos seus compromissos na âmbito da presidência do Conselho Europeu onde ninguém o chateou e tinha sempre o ar fresquinho dos ares condicionados a dar na cara.

Mas começa a ser certo que a imensa junta «médica», que é o povo, se prepara para o julgar.

E, neste caso, há cérebro, há coração e há todos os motivos para um veredicto:

JOSÉ SÓCRATES E O SEU GOVERNO SÃO CONSIDERADOS INAPTOS PARA TODO O SERVIÇO. PODEM IR PARA CASA.





Os problemas com o socorro prestado a vítimas levaram-me a concluir uma típica verdade de La Palisse, ou seja, que não estamos minimamente preparados para prestar auxílio a vítimas.

E isto leva-me a outra conclusão pior:

Que o nosso Estado começa quando nos exige que paguemos carradas obscenas de impostos e acaba assim que precisamos da sua ajuda.

Por isso pode-se dizer que no nosso país pagamos o preço máximo pelos serviços mínimos.

Não me estou a fazer de vítima, mas isto assim não é nada.

Ainda se lembram de há uns tempos um barco de pesca pediu ajuda?

O barco estava encalhado a poucos metros de uma praia. A marina de guerra portuguesa que anda completamente cheia de trabalho a limpar os porões das três barcaças que ainda funcionam foi tão lenta e ineficaz a responder à emergência que parecia o Miami Vice realizado pelo Manoel de Oliveira.

E depois ainda veio um oficial qualquer, ou seja, o responsável máximo dos serviços mínimos, dizer que agiu da melhor maneira. Ainda bem que o homem agiu da melhor maneira. Imagino se ele agisse da pior maneira. Era um autêntico holocausto na costa portuguesa.

Nem uma lapa escapava.

Uma semana depois deste caso que me ficou na memória, aconteceu outra situação idêntica.

Um português morreu porque esteve sete horas à espera de ser transportado do Alentejo para Lisboa.

Sete horas?!?!?

É uma viagem para o Brasil ou uma ida e volta a Cabo Verde.

E depois ainda veio mais um responsável máximo dos serviços mínimos dizer que não tem a obrigação de fazer mais do que aquilo que fez. O que está certo. Ninguém é obrigado a nada. Mas se não quer trabalhar vá para o raio que o parta e dê lugar a outro que se sinta mais obrigado a salvar vidas!

A verdade é que os responsáveis máximos dos serviços mínimos, que normalmente são políticos, altos funcionários, ou altas patentes, nuca sentem uma pontinha de responsabilidade pelo que vai acontecendo no país.

E porquê?

Porque num país católico como o nosso eles sabem que só há duas coisas a fazer em caso de emergência.

Primeiro:

Rezar para que o pior não aconteça.

Segundo:

Se o pior acontecer, rezar para que, como sempre, a culpa morra tão solteira como a irmã Lúcia.

Ámen!!!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Desajustes Directos em Portugal


Não sei quem é o autor.
Já sabia do Portal que vou seguir com atenção.
Enquanto durar!
Desajustes Directos em Portugal

Portugal, País de grandes tradições e brandos costumes... pelo menos é o que muitos pensam ser verdade... até abrirem os olhos. Para quem não é de cá, ou não sabe o que são os "ajustes directos", eu explico.
Como gastar o dinheiro público é uma coisa que deve ser feita com muita responsabilidade, a maior parte dos fornecedores das entidades públicas é seleccionada por concurso público, onde vários fornecedores apresentam a sua melhor proposta, sendo depois escolhida "a melhor" em função de vários critérios (preço mais barato; serviços apresentados; etc...)
No entanto, como se imagina, isto é impraticável de ser feito para tudo o que uma Câmara Municipal, faculdade, universidade, etc, tenha que comprar. E portanto, há coisas que são compradas directamente, a quem eles muito bem entenderem... e aparentemente, ao preço que muito bem lhes apetecer!
E finalmente, graças ao portal da transparência, podemos ver finalmente onde e como esse dinheiro é gasto.
Agora, expliquem-me, porque eu devo estar a ver mal, como é que se justifica:

1) gastar mais de 10.000,00 Euros num GPS para um instituto público como o ISEP - quando nos dizem que não há dinheiro para baixar as propinas aos alunos;

2) Aquisição de: 1 armário persiana; 2 mesas de computador; 3 cadeiras c/rodízios, braços e costas altas - pela módica quantia de 97.560,00 Euros (!!!);

3) Em Vale de Cambra, vai-se mais longe... e se pensam que o Ferrari do Cristiano Ronaldo é caro, esperem para ver quanto custa um autocarro de 16 lugares para as crianças: 2.922.000,00 Euros. É isso mesmo: quase 3 milhões de euros???;

4) No Alentejo, as reparações de fotocopiadoras também não ficam baratas: Reparação de 2 Fotocopiadores “WorkCentre Pró 412” e Fotocopiador “WorkCentre PE 16” do Centro de Saúde de Portel: 45.144,00 Euros;

5) Ao menos em Alcobaça, a felicidade e alegria das crianças fala mais alto: 8.849,60 Euros para a “Concentra” em brinquedos para os filhos dos funcionários da Câmara! Crianças... se não receberam uma “Nintendo Wii” no Natal, reclamem ao Pai Natal, porque alguém vos atrofiou o esquema!;

6) Mas voltemos ao Alentejo, onde - por uns meros 375.600,00 Euros se podem adquirir: "14 módulos de 3 cadeiras em viga e 10 módulos de 2 cadeiras em viga… "Ora... 14x3 + 10x2 = 62 cadeiras... a 375.600,00 Euros dá um custo de...6.058,00 Euros por cadeira! Mas, pensando bem, num país onde quem precisa de ir a um hospital passa mais tempo sentado à espera do que a ser atendido - talvez justifique investir estes montantes no conforto dos utentes...;

7) Em Ílhavo, a informática também está cara, 3 computadores e mais uns acessórios custam 380.666,00 Euros. Sem dúvida, uns super-computadores para a Câmara Municipal conseguir descobrir onde andam a estourar o orçamento;

8) Falando em informática, se se interrogam sobre o facto da Microsoft ser tão amiga do nosso País, e de como o Bill Gates é/era o homem mais rico do mundo... é fácil quando se olham para as contas: Renovação do licenciamento do software Microsoft: 14.360.063,00 Euros. Já diz o ditado popular: “Dezena de milhão a dezena de milhão, enche a Microsoft o papo!” (Já agora, será que esta quantia de dinheiro dava para quantas reformas de pessoas que trabalharam uma vida inteira?;

9) Mas, para acabar em pleno, cagar na capital fica caro meus amigos! A Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa gastou 5.806,08 Euros em 9072 rolos de papel higiénico! Ora, uma pesquisa rápida pela net revelou-me que no Jumbo facilmente encontro rolos de papel higiénico (de folha dupla, pois claro! - não queremos tratar indignamente os rabos dos nossos futuros doutores) por cerca de 0,16 Euros a unidade... Mas na Faculdade de Letras, aparentemente isso não é suficiente e o melhor que conseguiram foi um preço de 0,64 Euros a unidade! É "apenas" quatro vezes mais do que qualquer consumidor consegue comprar - e sem sequer pensarmos no factor de "descontos" para tais quantidades industriais. Num País minimamente decente, eu deveria poder exigir que me devolvessem o valor pago em excesso, ou não? Mandava o link para a Faculdade de Letras de Lisboa e exigia que me devolvessem os 4.000 e tal euros pagos a mais. (Se comprassem no Jumbo, teriam pago apenas 1.451 Euros pelo mesmo número de rolos de papel higiénico.)

Ó MEUS AMIGOS.... como é que é possível justificarem estas situações? Que, como se pode imaginar, não são as únicas. Se continuasse a pesquisar nunca mais parava - como por exemplo, os mais de 650 mil euros gastos em vinho tinto e branco em Loures. Leitores de Loures, não têm por aí nada onde estes 650 mil Euros fossem melhor empregues???

É preciso ser doutor, ou engenheiro, ou ministro, ou criar uma comissão de inquérito, para perceber como o dinheiro dos nossos impostos anda a ser desperdiçado? Isto até me deixa doente... é mesmo deitar o dinheiro pela retrete abaixo literalmente, no caso da Faculdade de Letras de Lisboa!)

Querem mais?

Divirtam-se no portal da transparência! Sugestões de pesquisa: viagens, viaturas, Natal...

Outros candidatos a roubalheira do ano:"Projecto Tempus - viagem aérea Faro / Zagreb e regresso a Faro para 1 pessoa no período de 3 a 6 de Dezembro de 2008" - 33.745,00 Euros.

"Aluguer de iluminação natalícia para arruamentos na cidade de Estremoz" - 1.915.000,00 Euros"

“Aluguer de tenda para inauguração do Museu do Castelo de Sines" - 1.236.500,00 Euros"

“6 "kits" de mala "Piaggio Fly" para as motorizadas do sector de águas" - 106.596,00 Euros (por este valor compravam 6 automóveis, todos equipados, e ainda sobrava dinheiro!)

O misterioso caso do "Router de 400 euros comprado por 35.000,00 Euros"…

Enfim, a lista continua e continua e continua e continua e…

Andam todos a gamar....