quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

O PAÍS A ZEROS



Agora quero falar para as pessoas que acham que eu estou sempre a dizer mal e não faço propostas construtivas. Eu, que sou danado para dizer mal - e tenho milhares de razões para isso - vou fazer uma proposta construtiva: proponho que se ponha o país todo a zeros.

Com as broncas todas que têm acontecido no país, já percebemos todos, cada um na sua área, o que está mesmo mal e o que é preciso mudar.

Mas atenção!

É que se vamos pedir responsabilidades a todos os gestores públicos pelos erros sistemáticos, a todos os políticos pelas asneiras que fazem, a todos os que fogem ao fisco, que andam em excesso de velocidade, que fazem obras sem autorização, a todos os presidentes de câmara que não respeitam o PDM (Plano Director Munícipal), a todos os pedófilos, a todos os juízes, polícias, advogados e jornalistas que não respeitam o segredo de justiça, a todos os corruptos, a todas as pessoas que não passam facturas, se vamos pedir responsabilidades a estas pessoas, vai tudo dentro! Mas com certeza que não há espaço nas prisões para 10 milhões de portugueses.

Portanto, acho melhor irmos com calma. É melhor avisar toda a gente que o que lá vai, lá vai, que vamos pôr uma pedra sobre o país que está para trás, nesta rebaldaria toda. Durante uma semana a malta informa-se sobre o que é bem e o que é mal, o que é legal e o que é errado. Para depois não haver pessoas a dizer: «eu, não sabia», «mas sempre foi assim» ou «toda a gente faz a mesma coisa!» E daqui a uma semana, começamos um país de novo, do zero. Sem chicos espertos, sem desenrascanços, em que a Lei é respeitada por todos. Como se fôssemos civilizados. Era bestial, não era?

10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1, ZERO!