domingo, 11 de novembro de 2007



Só.
O quarto escuro onde me escondo.
Redondo espaço onde
O verbo e o cansaço se deixam
Dominar.
Dedo apontado ao infinito e
A janela, aberta, que faz
Entrar o chão e a visão
Deste Luar.
Há momentos em que danço,
Louco,
E avanço pouco a pouco
Pelo sono que se
Espanta e que me traz a
Liberdade.
Desenho no ar a fragrância
Fresca do metal,
E deixo que
O ouro me toque a pele
Para se perder
Entre o certo e o banal.
Quanto pó repousa entre
Ti e a saudade!
Quanta espuma se faz rocha
Enquanto o grito,
Aflito,
Não salta longo
Da sirene de cristal.
Apago a luz
E volta a claridade.
Finalmente a Lua
Que torna meiga ao regaço,
E dorme nua
No meigo aperto dum abraço.