sexta-feira, 25 de abril de 2008

JEAN MICHEL JARRE EM LISBOA



Acabei de regressar do concerto que o Jean Michel Jarre deu no Coliseu dos Recreios. Concerto com a audiência esgotada o que já por si constitui uma agradável surpresa visto não ter noção de que o artista em causa pudesse ser tão conhecido por cá.
A minha impressão numa só expressão: UAU!!!
O desempenho musical foi praticamente sem falhas, o som estava alto mas muito nítido e muito claro, o espelho esteve numa sincronia perfeita, as luzes e os focus de luz estiveram no ponto certo e a apontar para os "alvos".
Jean Michel Jarre esteve sempre muito participativo e interagindo com o público, saltando de forma muito energética durante o concerto.
Após a actuação, procurei a porta de saída dos artistas do Coliseu e como poucas pessoas sabiam onde era e sequer que ele poderia dar autógrafos, quando cheguei àquela saída, só estavam lá mais 3 fãs. Pouco tempo depois, saíram ao mesmo tempo os outros músicos dele, o Francis, o Dominique e o Claude que de forma muito simpática, assinaram alguns autógrafos aos fãs que entretanto já tinham aumentado para um impressionante número de 7. Passado mais alguns minutos, surge Jean Michel Jarre, a quem não só lhe pedi que me autografasse as capas de 2 dvds como me deixou tirar uma foto a seu lado, que será aqui colocada posteriormente, pude ainda trocar algumas impressões com ele, tendo eu no final agradecido-lhe por tudo.
Resumindo, tive um orgasmo áudio-visual e ainda estou ecstasiado com tanta emoção vivida e de forma tão intensa.




Finalmente, O FÃ encontra-se com O MAESTRO.
Jean Michel, merci beaucoup.

25 DE ABRIL? O QUE É ISSO?


Hoje é 25 de Abril.
Para quem tem mais de 40 aos este é o dia da revolução.
Para os jovens de trinta anos esta é uma data longíqua, mas familiar que lhes permitiu viver em liberdade.
Para os sub-30 este só é o dia da liberdade porque é feriado e têm o dia livre.
Se fossem eles os culpados de tal ignorância confesso que me apetecia corrê-los a todos ao calduço. Mas não são. Culpados são os que deixaram esquecer que dia é hoje. Ou seja, os responsáveis pela educação, que é como quem diz, os políticos. São eles que merecem inteiramente um belo e repimpado calduço nas orelhas.
Não podemos deixar esquecer o 25 de Abril.
Há quem venha com a conversa de que a nossa democracia atingiu um grau de maturidade que já não vale a pena falar da data a toda a hora. Para esses eu lembro que Salazar venceu há pouco tempo o concurso para o maior português de sempre e há quem queira fazer um museu.
Além disso, fazem-se musicais e peças sobre Salazar. Ou seja, o homem, que foi ditador, parece que está na berra. É quase uma popstar. E só não participa no «Dança Comigo» da RTP porque já empacotou há muito, senão lá estava ele a dar piruetas em frente ao João Baião.
Ou seja, mais uma vez quem acha que não se deve falar do que significa o 25 de Abril também merece um belo par de calduços.
Além disso, os últimos governos, bem como o actual, fazem tudo para conseguirem controlar os média. Para eles a liberdade de impressa é algo nefasto, como antes do 25 de Abril. Não os denunciar, deixá-los controlar tudo é esquecer o que a revolução trouxe.
Por isso, quem deixa que tudo isso aconteça em silêncio, também merece um belo calduço.
Um daqueles bem puxados atrás.
Por último reaparaceu, vinda dos quintos dos infernos, essa seita que são os skinheads, comandados por um homenzinho de olhar esbugalhado que achou por bem meter um cartaz com a sua fronha e uma mensagem xonófoba no Marquês, como se as obras do túnel não chegassem para poluir visualmente a zona. Não relembrar o 25 de Abril é permitir que essa gente apareça com a sua mensagem violenta e racista.
Para esses um camião TIR de calduços não chega.
Quanto a mim:
Hei-de sempre falar da liberdade. Podem ter a certeza que não me calo com isto.
Nem ao calduço.

terça-feira, 15 de abril de 2008

PUBLICIDADE


Eu bem tento, mas não consigo escapar à publicidade. Na televisão são aqueles intervalos tão grandes que, quando acabam, já não nos lembramos do programa ou filme que estávamos a ver e a barba já nos dá pelo umbigo.
Além disso, enquanto estivémos à espera, fomos zapando e vimos os começos ou finais de outros programas e filmes noutros canais. E depois misturamos tudo, pelo que às vezes damos por nós a perguntar:
Então, mas o que é que o Júlio Isidro está a fazer neste filme do espaço?
Na TVCabo há agora cada vez mais publicidade precisamente naqueles canais que eu gosto de ver. Eu estava convencido que na TVCabo não iria haver anúncios porque já pagamos para ter canais. Tenho mesmo a impressão de que um dos argumentos da TVCabo era precisamente o de não ter publicidade. mas enganei-me, mais uma vez, ou enganaram-me ou... já não me lembro.
Portanto sou obrigado a ver tanta publicidade que me sinto com algum à-vontade para tecer uns comentários. Sou quase um Nuno Rogério dos anúncio, por isso cá vai disto.
Há uns tempos andaram a anunciar um aparelho de GPS da seguinte maneira:
- Abrande para 80 km. Uf! íamos sendo apanhados. GPS marca tal!
Ou seja, é uma marca de GPS que é a indicada para detectar as brigadas de trânsito que estão escondidas para nos caçar quando vamos em excesso de velocidade. Não fixei o nome do produto, mas se lhe chamarem «O GPS do Chico Esperto» acertam em cheio.
Antigamente estes produtos eram, obviamente, proibidos. Mas hoje em dia a chico espertice é algo de tão forte e enraizado na nossa sociedade que já deve ser permitido outra vez.
Só não percebi bem ainda se estes aparelhos detectam os agentes - e são proibidos, porque os agentes não são estúpidos - ou é a publicidade que é só enganosa e, portanto, deveria ser proibida. Ou então é só uma piada do anunciante que, como se vê, tem um sentido de humor tão infeliz como o do ministro Mário Lino.
Outra estratégia que eu não entendo é a de uma cadeia de lojas que apresenta um tipo histérico aos gritos a dizer uns preços de uns artigos que eles vendem O tipo, no meio da berraria diz com um sorriso apatetado que vai comprar porque:
«Eu é que não sou parvo!»
Portanto, o que eles me estão a dizer é que eu, que nunca fui àquela loja, nem sei onde é, nem nunca a vi, nem sequer gosto de pessoas que gritem comigo, sou parvo.
Ora, a primeira coisa que penso quando ouço um tipo aos gritos é que ele é parvo e quando ouço um tipo que é parvo a chamar-me parvo fico sem vontade de o conhecer e se, ainda por cima, ele está a dizer para eu ir comprar não sei o quê não sei aonde, pura e simplesmente não vou.
Não entendo.
Há um outro anúncio muito significativo.
Um rapaz entra numa loja envergonhado e diz:
- Quero preservativos.
A empregada, sem lhe fazer notar que ele não disse sequer se faz favor, diz:
- Desculpe?
O rapaz põe logo uma cara de mete nojo e repete:
- Preservativos!
Com o ar de quem já disse uma vez e só está a repetir porque a empregada é surda...
O que acontece é que afinal o puto não está numa farmácia e além de malcriado é cegueta.
A ideia até é gira, embora me pareça ser retirada de uma anedota.
Mas, já agora, o puto tinha necessidade de ser mal-educado?
O que é que estes publicitários querem dizer com estas coisas?
Será que têm a ideia que se nos chamarem parvos nós vamos comprar?
Será que aquele anúncio é para vender óculos só a putos malcriados?
Ou sou eu que sou antiquado e hoje em dia já se pode chamar parvo aos clientes e ser ma-educado à vontade e em plena televisão?
Sem querer ser eu mal-educado e muito menos Chico Esperto, a verdade é que este pessoal parece que anda todo meio aparvalhado, não acham?
in, Os jeitosos Continuam à Solta de José Pedro Gomes.